Duas Caras responde Charles nove ano depois
Há nove anos que o rapper moçambicano, Duas Caras, voz por muitos respeitada, recebeu de um fã incondicional Carlos ou Charles, quando tudo corria “mal” na sua carreira destacando-se o “entra-sai” ao grupo G-Pro, uma carta de consolo e conforto.
Charles resolveu dar um ombro amigo, ainda que distante, ao seu ídolo como forma de mostrar que entre os altos e baixos que o assolavam, ele sempre esteve ali para apoiar, seguindo todos passos, aprendendo com o mesmo, acreditando que há sempre um motivo para cada decisão, e chama para dar vida a mensagem o Rui Michel carimbando que no sucesso e no fracasso ali estará, seguindo incansavelmente os passos sendo o seu fã número um.
Um apoio que nem por isso deixou tudo facilitado, na carta várias questões e críticas são feitas ao ídolo desde básicas e retóricas que talvez seja por prever que o ídolo nunca abrisse o correio electrónico para ler a carta ou talvez não retornasse mas, porque a esperança deve ser a última a morrer, nove anos depois, eis que o Duas Caras responde a carta. Se por um lado o Charles recorreu ao Rui Michel para dar grito e um pouco de rock a sua mensagem, Duas chamou num sentido de dupla colisão, o Muzila para ao som do Saxofone dar ao hip-hop um pouco de Jazz e acompanha-lo na sua resposta que leva por título “Gueime”.
Numa viagem de quase três minutos em “Gueime” Duas responde a questões do Charles e não só, trazendo pontos que marcam a sua carreira, como quem mostra que aos poucos está abandonando o barco, deixando em carimbo que “faz tudo parte do gueime” como uma auto-defesa a aqueles perguntas como “o que é que se passou com a G-Pro…?” ou os motivos reais de uma aventura ou colaboração com Bander ou Twenty Fingers.
Duas aparece em “Gueime” como uma bússola que tenta ganhar tempo e nortear perfeitamente ao Charles caso queira ser um discípulo, contando o que não fez, que devia ter feito e não quer que o fã caia na mesma roubada. Ilusões, precipitações, derrotas e poucas vitórias na caminhada é o que rapper traz como palavras-chave em resposta, lembrando ao mesmo a não optar 100% pela música pela falta de uma indústria musical elucidando que a escola continua sendo uma boa opção para quem quer chegar longe nesse mundo.
A Motivação em “Gueime”
Na caminhada profissional, estudantil ou mesmo da vida no geral, o que não faltam são obstáculos e motivos que aparecem mostrando que talvez seja melhor desistir, há que escolher aqui parar ou continuar, é essa a história do tio Duas no rap game.
“Gueime” é um resumo do rapper sobre a sua longa caminhada na música moçambicana, contando resumidamente que muito falhou e também acertou e, colocando isso na balança não se arrepende de nenhuma coisa feita pois “para se aprender há sempre algo novo” e tudo “faz parte do Gueime” e caso alguém apareça renegando é “simplesmente minha história”.
A motivação que se encontra em Duas na faixa é resumidamente a necessidade de continuar a acreditar no que almeja e correr para que seja uma realidade, aceitar que as falhas serão cometidas e no final serão acertos, há que continuar dando duro.
Do Blue Magic ao Gueime
Nova letra, desenvolvimento de uma mensagem já aqui apresentada pelo Duas Caras em tempo. Não é a primeira vez que o Kara Boss abre as portas e fala do Gueime, em Blue Magic por exemplo, traz os pontos essências do comportamento a ter na corrida por um futuro risonho referindo que “sem trepar as abelhas não há como chegar ao mel”, segue o “Ossos no Bau” faixa que faz parte do seu último trabalho discográfico, Duditos Way, uma homenagem aos que o acompanham, G Pro neste caso, na longa caminhada que aos poucos abandona, trazendo a genesis de ser rap e as consequências do mesmo sonho, destaque para o que a fama traz desde o positivo e lado negativo. É “Gueime” um ponto final a uma letra que já se tinha iniciado.
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